O Curso de Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva Videoassistida (MICS – VACS sigla em inglês) tem amplo histórico, a técnica é realizada desde meados da década de 1990, e foi desenvolvida para evitar a esternotomia completa, para redução do trauma e da dor no pós-operatório imediato. Em comparação com a abordagem cirúrgica convencional, técnicas padronizadas de cirurgia cardíaca minimamente invasiva mostraram evidências crescentes de resultados semelhantes ou melhores (MORAZ et al., 2015).

Foram relatadas na literatura que a técnica MICS tem como vantagens: menor dor; mobilização precoce; menor perda sanguínea; menor tempo de Ventilação Mecânica-VM; menor tempo UTI e internação hospital; menor risco de infecção; recuperação e retorno às atividades diárias precocemente; cosmeticamente melhor; menor trauma em reoperações; melhor visualização. As desvantagens assinaladas foram: critérios mais rigorosos para seleção de pacientes; necessidade de treinamento / expertise; risco de complicações vasculares; e risco de lesão do nervo frênico (EL-BOGHDADLY, CHIN, CHAN, 2017).

Neste sentido, o treinamento dos cirurgiões tem sido tutoriado por pouco tempo, ainda sem uma padronização dos recursos e carga horária mínima para os processos de formação e qualificação da atuação dos profissionais na área. Há casos em que os resultados são questionáveis em termos de complicações e morbidades, e os estudos fragilizam a elevação da curva de aprendizado (STEFANIDIS, 2010).

A prática da Cirurgia Cardiovascular envolve situações inerentes à especialidade, com treinamento em indução de parada cardíaca e preservação miocárdica, domínio de circulação assistida e suporte cardiocirculatório, acessos vasculares centrais para posicionamento de cânulas de perfusão, controle de perfusão de órgãos nobres (cérebro, rins, vísceras), englobando conceitos e treinamento específico em fisiologia circulatória, respiratória, técnicas endovasculares, cirurgia vascular, além da óbvia formação prévia na correção das cardiopatias em geral. Devemos ainda desenvolver os conhecimentos e habilitações para uso de óticas e técnicas de videocirurgia que antes não faziam parte da formação convencional do cirurgião cardiovascular.

É preciso disponibilizar e melhorar o treinamento em Cirurgia Cardiovascular Minimamente Invasiva para que mais cirurgiões no Brasil tenham acesso às plataformas e estejam mais qualificados para incorporar essas novas tecnologias.

Ainda que não beneficie a maior parte dos pacientes, seu uso, nos casos mais complexos, deve trazer benefícios significativos. Há de se considerar que a Cirurgia Cardiovascular Minimamente Invasiva ainda terá grande desenvolvimento e seus benefícios devem seguir crescendo à medida que profissionais, instituições e pacientes tenham acesso à tecnologia, para se desenvolver mais estudos das técnicas e análise dos impactos positivos e negativos.

Neste sentido, será possível implementar o sistema de comunicação e informação que promova o autodesenvolvimento e amplie o compromisso social dos trabalhadores de saúde; incentivar e valorizar o trabalho em equipe e a participação em processos de educação permanente; promover a Ambiência, entendida como ambiente físico, social, profissional e de relações interpessoais que deve estar relacionado a um projeto de saúde voltado para a atenção acolhedora, resolutiva e humana.